domingo, 30 de setembro de 2012

Lembrete.

     Abri os olhos, e com a visão ainda se acostumando com a claridade, me espreguicei. Com uma preguiça enorme de levantar da cama eu olhei para o celular e vi que era 12:27, levantei e fiz todas aquelas coisas automáticas que todas as pessoas "normais" costumam fazer ao acordar. Fui ao supermercado a pedido da minha mãe e de uns tempos para cá adquiri a mania de ao sentar no carro ligar o som e deixar que a música que ali tocasse embalasse meus pensamentos. Hoje não foi um bom dia para que isso acontecesse.
     Saí da garagem e no primeiro sinaleiro que parei, comecei a pensar em muitas decisões que tomei na minha vida de um tempo para cá (como se eu já não tivesse feito isso antes). Hoje foi um daqueles dias desanimadores que nos da vontade de desistir de tudo que tínhamos planejado para o nosso futuro e simplesmente admitir que não passamos de seres humanos medíocres que vivem a mercê de nossas próprias vidas. Felizmente, o sinal abriu e eu me desviei destes pensamentos.
     Ao voltar para casa, almocei com a minha família e deitei no sofá antes de começar a estudar. No momento em que repousei minha cabeça na almofada, comecei a vagar dentro dos meus próprios pensamentos novamente. Mal me importava o que se passava na TV naquele momento, eu só conseguia pensar na noite anterior que, cá entre nós, foi muito surreal só que felizmente muito divertida no final de tudo. Dei um sorriso meio besta e fechei os olhos à procura de tranquilidade psicológica. Não encontrei. Todas as palavras que me vinham à cabeça era: "O que você está fazendo? Você está afastando todo mundo. Isso tudo é culpa sua e essa sua mania de ficar correndo atrás de sonho. Você não vê que isso é desperdício de tempo? Será que só você que não percebe o quão trouxa você é com essa mania de ter esperança em cada coisinha que acontece na sua vida?", aquilo foi me afetando de um modo tão incômodo que decidi me levantar, tomar um café e ocupar minha cabeça com algo mais útil: Estudos.
     Novamente, assim como aconteceu com a TV, mal consegui me concentrar nas palavras que se passavam à minha frente. À procura de um refúgio, comecei a assistir alguns videos que me deram inspiração o suficiente para pegar o violão e tocar algumas músicas. Notei, pela trigésima vez, o quanto a música é a única que consegue me ajudar alguns momentos. Eu sinto algo muito forte quando me identifico com a letra de alguma delas e isso não cabe dentro de mim: Eu pulo, eu grito, eu arrepio, eu suspiro. Depois de ter feito todas essas ações, eu parei e do jeito que eu estava, imóvel, notei que essas são coisas que eu só faço quando algo realmente me deixa feliz ou me emociona de uma maneira positiva, foi aí que me lembrei de alguns meses atrás quando me decidi que sair dessa cidade por alguns meses para investir naquilo que eu realmente quero, foram exatamente aquelas ações que eu fiz. Como eu poderia abandonar tudo isso? Impossível! Sempre fui muito movida a sentimento, sempre sofri muito por ser assim. Em todos os relacionamentos, sejam eles amorosos, familiares ou amistosos. 
     Eu já tentei mudar em prol de um melhor relacionamento com as pessoas à minha volta. Só que chega um momento que você não aguenta mais só pensar nos outros. Você quer viver a sua vida, você quer pelo menos tentar correr atrás dos seus sonhos, você quer gritar, falar o que sente (mesmo sendo o que não deve ser dito) e você vê, tem e sente o direito de aproveitar cada pequeno sinal que surge na sua frente. 
     E esse é o momento que você para de se culpar pelas coisas que você fala, porque você já se preocupou demais. É o momento que você resolve diversificar suas atitudes, passa a conversar com pessoas muito legais que vivem à sua volta mas que você mal conversa. É quando você "chuta o pau da barraca" e corre atrás de consertar todas as injustiças que andam acontecendo na sua vida e afastar todas as pessoas que não aceitam a sua opinião simplesmente por não quererem, já que elas não fazem o mínimo esforço para tentar te entender. 
     Você tenta mostrar para todas as pessoas, que duvidaram de você ou que te julgavam, que correr atrás de um sonho só tem a acrescentar na sua vida. Você cresce, evolui e se torna uma pessoa melhor. Mas, infelizmente, algumas pensam tão baixo que não conseguem aceitar OU AO MENOS não se intrometer na sua vida com opiniões desanimadoras que te fazem repensar e desistir de tudo.
     E quando você se sentir fraco o bastante para não querer sair de casa para lutar por alguma ideia, pare, escute uma música que você gosta muito, respire fundo e continue levantando todo dia 6h00 da manhã, ralando das 7h10 até 12h20, estudando todas as tardes, frequentando e se dedicando às suas aulas de Ragga que você tanto ama, chegando em casa, dançando ainda mais e ir dormir 0h00 para acordar às 6h00 de novo no outro dia. Faça tudo isso sem peso na consciência porque afinal, é o que te faz feliz.