domingo, 8 de agosto de 2010

Ela veio e foi, mas sempre ficará.

É incrível como algumas pessoas marcam nossas vidas em tantos sentidos, direta ou indiretamente.
Infelizmente, para mim, foi de modo indireto, ja que a distância esteve tanto tempo entre a gente, tanto a distância de idade, quanto a distância de espaço mas também a distância do conhecimento.
Mas ao mesmo tempo eu agradeço por ter passado esses meus quase 17 anos sabendo que eu tive uma bisavó e que eu a conheci! Ja que hoje em dia, está cada vez mais difícil encontrarmos pessoas que chegaram a conhecer seus bisavós, devido à qualidade de vida que em alguns aspectos é pior do que a de tempos atrás.
Minha bisavó sempre significou para mim uma mulher de verdade, com vários filhos e mesmo assim conseguiu cuidar, guiar, e formar o ótimo caráter que cada um deles têm.

Na páscoa desse ano, reunimos praticamente toda a família em uma cidade de Minas Gerais que gosto muito de visitar: Viçosa. Foi o aniversário de 90 anos dessa mãe maravilhosa da qual estou falando. Tal viagem fez muito bem para a minha cabeça, porque pude conhecer melhor as pessoas que já havia visto mas que nunca imaginei que seriam como elas são.
Foi o que me levou a pensar e a acreditar mais em mim. Eu percebi que em uma mesma família podem existir pessoas de vários estilos, personalidades e crenças e que se dão muito bem, e o mais impressionante é que todas essas pessoas vieram de uma matriz apenas: D. Zizinha.
Isso me mostrou o que eu ja acreditava antes: que a vida é muito simples / que pequenos momentos devem ser aproveitados ao máximo / que um abraço que você dá em alguém pode ser o último / que o pequeno sorriso de uma criança ao ver um gramado onde ela pode ser livre TEM que ser contagiante.
E infelizmente isso tudo está se perdendo hoje em dia, por isso que quando olho para trás e penso na minha bisa, eu consigo ver nela tudo isso que estamos perdendo hoje em dia.
Não precisamos de plástica para sermos felizes, nem de emagrecer, nem de nos deformarmos para nos encaixar no que a sociedade pede. A única plástica que precisamos é a plástica de caráter, que ninguém inventou ainda.

Por essas e outras que agradeço a cada dia por tudo que tenho, e que eu sinto muito a todos aqueles que conheceram a Zizinha mais do que eu, a seus filhos e netos mais próximos que mais sentiram a dor dessa perda.
Mas digo a eles que se lembrem de tudo que ela foi, e todos nós sabemos que ela sim foi uma grande mulher.

E que não deixemos de olhar para o mais simples da vida: viver.